O Centro Regional, hospedado no CMM, já colocou em operação duas das três ferramentas satelitais do programa europeu de observação da Terra.
O Diretor para América Latina e Caribe da Direção Geral de Parcerias Internacionais (DG INTPA) da União Europeia, Félix Fernandez Shaw; a Embaixadora da União Europeia no Chile, Claudia Gintersdorfer; e a Embaixadora do Chile perante a União Europeia na Bélgica e cumulativamente em Luxemburgo, Gloria Navarrete, lideraram a comitiva que, na quarta-feira, 6 de novembro, visitou o Centro de Modelagem Matemática (CMM) da Universidade do Chile para conhecer em detalhe o funcionamento do Centro Regional Copernicus para América Latina e Caribe (CopernicusLAC Chile).
Em março de 2023, a UE e a Universidade do Chile lançaram oficialmente o projeto conjunto, que está inserido na nova Aliança Digital. Um ano e meio depois, a iniciativa de observação da Terra já oferece gratuitamente aos cidadãos da América Latina e do Caribe os serviços de Cobertura e Uso do Solo e Atlas Urbano, enquanto o Monitoramento de Costas Oceânicas estará disponível no início de 2025.
O diretor do CopernicusLAC Chile, Florencio Utreras, detalhou os processos de aquisição de infraestrutura, o consumo de energia, o sistema de resfriamento por água implementado pela Universidade do Chile e o trabalho realizado para estabelecer acordos de colaboração com os países da América Latina e do Caribe. Além disso, informou que, em abril, estará operacional o repositório de imagens online e, em maio, o serviço de processamento de imagens para usuários da ALyC.
Por sua vez, o diretor científico do projeto e pesquisador principal do CMM, Jaime Ortega, explicou o funcionamento das ferramentas já disponíveis e anunciou um trabalho específico para enfrentar o problema do sargaço no Caribe, uma alga marinha que, nos últimos anos, tem proliferado massivamente nas costas da América Central e do Caribe, tornando-se um problema ambiental para os países da região.
Imagens satelitais para o mundo
Após as apresentações de Utreras e Ortega, as autoridades visitaram o Data Center da Universidade do Chile, onde em breve serão hospedados os racks do CopernicusLAC Chile e onde já se encontra o Supercomputador do Chile (NLHPC), outro projeto emblemático do CMM.
“Acho fundamental que o Chile possa trabalhar com a União Europeia e, sobretudo, que tenhamos a possibilidade de aproveitar o Copernicus, que é um serviço público, aberto e financiado pela União Europeia. A isso, soma-se o supercomputador, o trabalho que estamos fazendo com o cabo Bella, enfim, com o Chile temos todos os elementos para que a América Latina e o Caribe possam utilizar a tecnologia mais avançada para seu desenvolvimento”, destacou Félix Fernandez Shaw, Diretor para América Latina e Caribe da União Europeia.
Nesse sentido, a Embaixadora da União Europeia no Chile, Claudia Gintersdorfer, afirmou que “o Copernicus é um dos quatro componentes da Aliança Digital, que também possui uma infraestrutura física com o cabo submarino Bella, que conecta Portugal ao Brasil e continua via extensão terrestre pelo Chile e outros países. Primeiro, temos diálogos regulatórios e sobre outros temas. Segundo, diálogos políticos sobre conectividade e inteligência artificial, que iniciamos com a CEPAL. Terceiro, o envolvimento do setor privado, e o quarto pilar é o programa Copernicus, que possui dois centros regionais na América Latina e Caribe: um no Panamá e outro no Chile”.
“Estou muito empolgada, pois esta é minha primeira visita a este centro, que ainda está em desenvolvimento e que será ampliado para ter uma dimensão regional, abordando, por exemplo, incêndios florestais ou o sargaço, que é um grande desafio para o Caribe. O repositório no Chile será muito importante para a próxima fase do projeto, que é divulgar esta ferramenta gratuita para as pessoas e empresas”, acrescentou Gintersdorfer.
Por sua vez, a Embaixadora do Chile perante a União Europeia na Bélgica e cumulativamente em Luxemburgo, Gloria Navarrete, destacou que “o Chile e a União Europeia sempre mantiveram uma relação estreita. É motivo de orgulho que uma instituição acadêmica como a Universidade do Chile abrigue este repositório. Além disso, é importante considerar o reconhecimento da capacidade do Chile de hospedar, no Centro de Modelagem Matemática, e a partir daí distribuir as imagens para toda a América Latina e o Caribe. Eu não conhecia o Data Center e o achei impressionante”.
Após isso, a comitiva realizou uma reunião com Francisco Martínez e Marcela Munizaga, reitor e vice-reitora da Faculdade de Ciências Físicas e Matemáticas da Universidade do Chile, respectivamente.
“Há muito entusiasmo por parte da União Europeia para continuar trabalhando juntos em projetos para o desenvolvimento da América Latina e do Caribe. Discutimos em detalhe como abordar questões em outros países com o apoio das relações internacionais que eles podem fornecer. Uma boa relação está sendo formada, que espero que seja duradoura e tenha grande impacto, tanto no Chile quanto a nível internacional”, afirmou o professor Martínez.
Por: Alonso Farías, Comunicação CMM.















