Entre 30 de setembro e 2 de outubro, foi realizado na cidade de Belém, Brasil, o evento “Cooperação entre o Brasil e a Agência Espacial Europeia em Dados e Aplicações de Observação da Terra da Missão Biomassa”, que reuniu diversos investigadores, estudantes de pós-graduação, funcionários de agências ambientais, representantes da indústria geotecnológica e ONGs, entre os quais Camila Gómez, membro da equipa de Desenvolvimento de Serviços da CopernicusLAC Chile.
Este é o primeiro evento dedicado à Missão Biomassa da Agência Espacial Europeia (ESA), fruto de uma colaboração entre a ESA, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) do Brasil e a Agência Espacial Brasileira (AEB), com o apoio da Sociedade Latino-Americana de Percepção Remota e Sistemas de Informação Espacial (Selper) Brasil, do PCT Guamá e da Fundação Guamá.
O lançamento da Missão Biomassa ocorreu em 29 de abril de 2025 e, em seus oito meses de operação, ela se encarregou de coletar e fornecer informações importantes sobre o estado das florestas do mundo e como elas estão mudando, além de ampliar o conhecimento sobre o papel que elas desempenham no ciclo do carbono.
Além disso, a Missão Biomass está equipada com um radar de abertura sintética de banda P, sendo o primeiro satélite a orbitar a Terra com essa tecnologia. «A banda P é capaz de penetrar nas nuvens e na copa das árvores para medir troncos, galhos e caules. Os sinais que o satélite receberá revelarão estimativas da altura e da biomassa das florestas», explica Gómez.
O papel das florestas na Terra é extremamente importante, pois absorvem e armazenam grandes quantidades de dióxido de carbono (CO2), ajudando a regular a temperatura do planeta. Mas a desflorestação, a degradação e, especialmente, as consequências das alterações climáticas aceleram a libertação do carbono armazenado para a atmosfera.
Perante isto, Camila Gómez, mestre em Geografia das Alterações Globais, comenta que «a Missão Biomass nos permitirá reconhecer as áreas com perda de vegetação ao longo do tempo, fornecendo medidas quantificáveis dos danos causados por diferentes tipos de perturbações, tanto naturais como humanas».
Ele acrescenta que, “embora as informações fornecidas pelo satélite se concentrem na medição da biomassa nas florestas, os seus resultados também servirão para identificar a variabilidade anual de outros tipos de cobertura, como áreas de cultivo. Da mesma forma, servirão para monitorizar a cobertura arbórea dentro das cidades”.
A participação da CopernicusLAC Chile no Workshop Missão Biomassa reforça o seu compromisso com a cooperação científica internacional e o desenvolvimento de capacidades regionais em Observação da Terra. Este tipo de iniciativas permite fortalecer os laços com agências espaciais, instituições académicas e organizações ambientais, promovendo a troca de conhecimentos e a geração de aplicações inovadoras em benefício dos ecossistemas e das comunidades.






